sábado, novembro 11, 2006

Gosto é gosto...

Que me desculpem as contidas, mas eu prefiro as molecas.

Sim, mulheres que por trás dos seus olhos escondem aquele jeito sapeca de ser, no sentido mais pueril que possa existir. Amo o brilho que irradia quando as faço soltar sua risada mais gostosa, da liberdade de seus atos, da vontade insaciável de viver, e, sobretudo, a intensidade de seus espíritos. Não obstante mais fácil, prefiro o contraditório: eu quero aprender, discutir, convencer, comprar briga.

Mas, voltemos: deve existir algum dispositivo que, uma vez acionado, faz com que elas retornem aos seus 9, 10 anos. Nas moças as vezes que menos imaginamos. Sabe aquela menina culta, "inteligente", que fala com aquele ar blasé? São as melhores quando se entregam e se tornam... meninas.
Amo seus gestos impulsivos, seu vocabulário engraçado, as brincadeiras idiotas, suas atitudes bobas, e, por incrível que pareça , amo até mesmo a capacidade que elas têm de me deixar desconcertado e embaraçado nos lugares mais impróprios.
Amo sua roupa largada numa tarde chuvosa, as guerras de travesseiro ou de pipoca no meio do filme. As vezes mesmo escolher o pior filme para fazer piadas. Até mesmo escolher o melhor e esquecer para... é, enfim... Amo seu jeito dengoso, de gata pidona, seja estando doente, seja acabando de acordar (poderia passar horas a olhando descabelada, babando enquanto dorme), ou em qualquer outro momento.

Sim, amo, embora não demonstre, as disputas de atletismo na areia da praia, os beijos repentinos e calorosos no meio da rua, e os banhos de chuva propositais. O verdadeiro ligar o foda-se para o resto das pessoas ao redor.  Amo as caretas, as implicâncias e as gozações. Amo as provocações intelectuais, os papos-cabeças acompanhado de um alto teor etílico. Ou mesmo de Farinha Láctea no fim da noite. Amo como sorrateramente ela vai se ocupando do sofá, deitando no meu colo e quando vejo, já está dormindo.

E como nada é perfeito (ainda bem) amo as discussões, os bate bocas, o projetar raiva no outro, não por mim, mas pelo stress dessa vida adulta e chata. E tudo terminar com um abraço seguido de um choro.

E, quiçá, amarei alguém tão impulsiva quanto eu que topará as aventuras de sair viajando por aí, mesmo que passe o resto do ano no vermelho.

Enfim, amo pq dessa forma sinto-me livre para amar do jeito que sou.Próximo, não me sinto pisando em ovos ou andando na rua minada do amor “maduro”. É justamente essa profundidade em amar que mais me fascina nessas molecas: um amor com palavras, mas com gestos que dão significação e concretude a essas abstrações. Um amor infantil, tal como todos deveriam ser: sem interesses, sem julgamentos, sem traumas, sem vícios. Simplesmente ama.

Amo, mas nunca conheci alguém tão louco quanto eu a ler isso acima e dizer "eu sou essa"
Afinal, quem não tem uma criança dentro de si? Quem não é uma criança travestida de adulto?