terça-feira, setembro 20, 2005

Sentimentos?


É normal acordarmos mais felizes ou mais tristes, mais sorridentes ou mais sisudos, com vontade de mandar flores ao mundo ou mandar o mesmo mundo se explodir, mas é normal quando isso se torna uma constante? Que sentimento é este que, mesmo vendo as adversidades e os problemas cotidianos, que normalmente esgotam seu limite da paciência e da ansiedade, continua a te fazer sorrir, cantar, acordar bem disposto para tarefas rotineiras e maçantes, como escrever uma monografia, por exemplo? Que estranha calma é essa que faz parecer seu mundo andar mais lentamente, ou ,pelo menos, ter a consciência de que você pode fazer tudo com menos ansiedade, com menos pressa? Que leveza é essa que acredito poder, mesmo com algumas dezenas de quilos a mais, voar e espairecer a mente? Que tranqüilidade é essa que me faz ter confiança daquilo que sempre duvidei em 21 anos e tomar como certeza da noite pro dia? Que felicidade instantânea, que diferente paz é essa que consegue paralisar um hiperativo como eu em pleno domingo e o deixa deitado na cama, reflexivo, pensando em tudo, em nada, ou só sentindo, deixando a melodia de Johnny Mathis te guiar para onde não sei?


Já disse uma vez não gosto de usar certos rótulos em vão. Apaixonado? Enamorado? Envolvido? Admirado? Não sei, talvez nada por enquanto, talvez tudo, só sei, e tenho aprendido a cada dia mais, que é um sentimento tão bom e tão saudável que não quero pensar no futuro, pois posso perder o melhor do presente. Uma sensação de vigor, de ser amado e amar. Oras, podemos desejar nosso sucesso profissional, e pessoas renunciam seus sentimentos em prol desse sucesso, mas não há algo melhor, mais edificante, do que a certeza de que pode fazer toda a diferença a alguém, pode fazer alguém amado se sentir bem, mas, sobretudo, o contrário: de ser sentir bem, se sentir amado, de perceber de que nenhuma ilha é uma ilha, por mais que busque.


As pessoas mais machucam do que edificam, porém, certos ‘alguém’ nos engrandecem sem perceber, de forma natural e espontânea, que só podem ser comparadas a anjos. Resta a mim e a todos apenas admirar, às vezes no silêncio, e torcer que esse anjo se humanize e veja a ti também como um anjo. Você já parou para pensar se você já bem fez a alguém hoje. Qualquer um: seu namorado, seus pais, seus amigos. Uma palavra amiga, um abraço, um beijo? Coisas fáceis, simples, e que a gente não dá muito valor? São exatamente essas as que mais me encantam.É exatamente isso que busco fazer, por mais falho que seja: que se sintam tão bem quanto eu me sinto por causa deles. Da mesma forma que posso ir ao céus com um elogio despretensioso, posso cair no vale da amargura e da tristeza com uma palavra despretensiosa também. As pessoas não querem ter mais controle sobre o que dizem, sobre o grande tesouro e a grande arma que ganharam geneticamente: o poder de usar as palavras.Por isso, são tão inocentes quanto culpadas quando elevam ou destroem alguém.


Mas o mundo pode cair, o Brasil se tornar uma ditadura comunista, o Flamengo descer à segunda divisão, que eu to aqui feliz e em paz. Não sei até quanto tempo, sentimentos são como nuvens: se dissolvem na mesma velocidade que aparecem e cobrindo a todos, nos envolvem numa atmosfera impossível de sair por recursos humanos. Mas o que vale é o agora, então sinta o presente: não sei até essa história vai embora alguns flashes resolvam, de quando em vez, passar pela minha mente, devaneios típicos de um ansioso em recuperação, contudo sei que me faz bem, muito bem. Gostaria de gritar ao mundo seu nome, mas o bom senso e a educação me aconselham a berrar internamente, sem orgulhos, sem medo nem ansiedades. Eu to me vendo diferente, mais leve, menos ansioso, mais...tantas coisas que acredito não ter palavras para descrever.


Afinal, o que é isso? O que eu tomei?







***





Musica do Post: Isn't it the Romantic- Johnny Mathis







4 comentários:

Rodrigo disse...

Nelton, os grandes artistas do passado usavam ópio, maconha e, mais recentemente, até LSD como fonte de inspiração. Mas, pelo visto, você andou tomando Prozac! Nunca vi uma descrição tão perfeita dos efeitos de um remédio, você deveria ser farmacêutico!!!!

Um abraço,
R.

Anônimo disse...

É tio nelton! o amor faz isso com as pessoas! como ja ti disse voce ta com graves sintomas de paixonite aguda, mas como eu sempre falo " deixa fluir!" pois no seu caso e recomendavel permanecer doente de amor desde que voce nao vire um " chatonildo!" ta bom! receitaria a voce a tomar grandes doses de sonhos e musicas romanticas, mas caso o seu quadro sentimental venha a ficar gravíssimo ti aconselho a tomar 3 injeções direto na veia,uma de coragem (chega de medo e ansiedade), uma de realidade(pé no chão, acorda!) e outra de tempo (pois tudo passa)! beijos e abraços carinhosos de sua aluna(do pre) e amiga(bem acho que ainda sou!)FLAVIA.

Anônimo disse...

Nelton, acorda cara! Você pode curtir e descobrir tudo que está vivendo a dois!É melhor do que ficar tentando descobrir sozinho.Vai fundo cara, você é muito bom!
Bjks,
Ana Claudia

Unknown disse...

Claudia.

Quem disse que estou nessa fase sozinho? :)

Aliás, vc conhece a pessoa.